Mil vezes querida - Pedreiras do Maranhão

ETERNA...

Pedreiras, túmulo dos bravos filhos teus

Que tombaram sobre o chão das palmeiras,

Nas travessias estreitas, altas ladeiras,

Moldura de Pedras na galeria sem ateus.

Alameda vida dos meus sonhos de criança,

Bússola do viajante de plagas altaneiras,

Muralhas de areia no solo de Pedreiras,

Banhado por um rio outrora de bonança.

Pedreiras, berço de heróis imigrantes,

Terra de fartura, céu de borboletas,

Bandeira heroica de uma batalha sem fim.

Na lira sagrada dos teus cantores amantes,

Nos versos livres dos teus imortais poetas,

Serás sempre a eterna "Princesa do Mearim". 

Poesia de Filemon Krause

... PRINCESA DO MEARIM

Desde os mais tenros anos da minha infância,

Eu guardo uma paixão de ânsias constantes

Por uma bela princesa vestida com elegância,

Estendida sobre um leito de muitos amantes.

Quando estive distante não senti ciúmes,

Embora tendo certeza de que o seu encanto

Acendeu a lareira do amor, exalou perfumes,

E fui traído, mas mesmo assim a amo tanto.

Sua beleza é magia como o canto das sereias,

E cinco novos rebentos foram já foram abortados

Do seu ventre intumescido de flácidas veias.

Soberana fêmea dos meus sonhos de verão,

Mesmo Paralítica e de membros amputados,

Mil vezes querida - Pedreiras do Maranhão.

Filemon Krause