É BOM SABER: NOSSO MEARIM TEM MUITA VIDA

A boa informação nunca é demais. Saber, buscar conhecimento é fundamental para o processo de construção da sociedade, ainda mais quando se trata de um assunto que envolve nossa história, cultura, nosso presente, futuro, crescimento, desenvolvimento. 

Navegando pelo mearim virtual, me deparei há algum tempo com o informativo abaixo. Uma revista que trata do nosso Rio Mearim e a vida que corre por entremeios dessas águas barretas e encantadas. 

Compartilho agora um pouco desse maravilhoso trabalho. 

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A décima edição da revista Plural é dedicada à reprodução do livro Peixes do Mearim, de autoria de Éden do Carmo Soares. Sexto título da Coleção Geia de Temas Maranhenses, publicado em 2005, este livro é o resultado de mais de dez anos de pesquisas realizadas no rio Mearim, entre as cidades de Arari e Bacabal, situadas a 80 e 308km, respectivamente, de sua foz. O tema principal de sua obra são as diferentes espécies de peixes que habitam o rio no trecho citado, como se adaptam, o que comem, como se reproduzem. Aqui estão, também, nas palavras do Autor, “rápidas considerações sobre os ambientes que definem, conservam, e asseguram as características da ictiofauna do Mearim: mata ciliar, campos inundáveis, lagos e igarapés, como partes relevantes de seu sistema fluvial”. Ambientalista, apaixonado pela sua terra (Arari) e pelo rio que atravessa o seu perímetro urbano, este trabalho é o testemunho de um autodidata que tem muito a nos ensinar.

Jorge Murad
Presidente do Conselho Deliberativo - Instituto Geia




Ao leitor

Por sua extensão e pela paisagem que atravessa, o Mearim é considerado, junto com o Itapecuru, um dos dois rios de maior importância do Estado do Maranhão, na Pré-Amazônia brasileira. 

Mencionado já desde os inícios do século XVII, quando franceses e holandeses travaram combate contra os portugueses, que, afinal, asseguraram para si o domínio da terra, o Mearim foi um dos principais caminhos de penetração que facilitaram aos colonizadores alcançarem os recuados rincões do território desconhecido. E já desde a literatura mais remota, aventureiros e missionários que o percorreram encantaram-se com a exuberância da natureza que envolvia o grande rio, suas águas puras escorrendo em curvas lentas e inumeráveis, a densa mata ciliar que o protegia, e a variedade de sua fauna de peixes.

Desse último aspecto, ocupa-se este pequeno ensaio. É verdade que, devido à ação destruidora do homem, o Mearim não guarda mais toda a riqueza de tempos remotos. Mas o velho rio ainda nos surpreende com a diversidade das espécies de sua ictiofauna, conforme concordarão – não temos dúvida – o leitor comum e até o especialista da matéria, ao desdobrarmos ante seus olhos a beleza e variedade de peixes que este livro cataloga. 

Nossa pesquisa durou mais de dez anos e se concentrou sobre o trecho que se estende entre as cidades de Bacabal e Arari, respectivamente situadas a 308 e 80 km de sua foz. Particularidades favoráveis do meio levaram-nos a essa escolha, que não fica devendo nada, como levantamento, em sentido estrito, a todo o conjunto potamoictiográfico do Mearim. 

Também se incluem neste estudo rápidas considerações 7 / 131 Índice 8 / 131 Índice sobre os ambientes que definem, conservam e asseguram as características da ictiofauna do Mearim: mata ciliar, campos inundáveis, lagos e igarapés, como partes relevantes de seu sistema fluvial. Será uma descrição, que se pretende uma advertência. Pois, se não desconhecemos que esta publicação preenche certa lacuna no domínio da ciência especializada – esforço pioneiro que há de deixar seu autor feliz e preocupado, ao mesmo tempo –, nosso objetivo será melhor alcançado se puder contribuir para despertar, em meio à comunidade ribeirinha e às autoridades responsáveis pelo meio ambiente brasileiro e maranhense, comportamentos e decisões que levem ao uso disciplinado e à preservação de nosso patrimônio natural. Assim, a geração vivente que dele usufrui em sentido próximo e imediato, se sentirá no dever inalienável de repassá-lo sadio e conservado às gerações porvindouras do Planeta. 

Éden do Carmo Soares

Cirurgião-dentista, oficial de reserva do quadro de saúde do Exército Brasileiro e membro fundador da Academia Arariense-Vitoriense de Letras.
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