RETICÊNCIAS

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*engº agrônomo Aldo Gomes

Título do texto. Como reluto em me substantivar de escritor, e isto já serve para me conferir ares de sanidade, acho que estas palavras iniciais em forma de trio gráfico espontâneo e combinatório poderiam surpreendentemente gerar o título do texto. Para não me fazer contraditório quanto àquela relutância, sem entender bem ainda o porquê, descubro sozinho e em momento virtuoso de inspiração, que o escrevente põe ali o título que quiser, faça sentido ou não, porém sem brincadeiras insólitas com a inteligência dos outros. Isso produz uma bela sensação de liberdade, nunca, contudo, me desfazendo do compromisso assumido comigo mesmo, de livre vontade, na minha insistente busca de comunicação, de ser claro, compreensivo, embora isto não seja fácil tarefa no fito de facilitar o entendimento daquele ou daquela que ou faz o sacrifício ou tem prazer ou curiosidade de ler os meus escritos, percorrendo junto comigo um caminho que segue enquanto dure o achado da compreensão mútua. 

Uma graça que tenho recebido de Deus, assim creio, é a de me sentir bem, bem de verdade, ao me perceber acariciado por uma espécie de onda ou brisa fértil de idéias ou em instante de lazer em que fluentemente as letras formam palavras, estas fertilizam a mente, que agradecida e envolta provoca o prazer de achar que com letras, palavras e uma ordem informal e agradável de pensamento, enfim, alcança o caçado e ansiado feed back, a comunicação de mão dupla. Um outro lado delicioso desta aventura é o medo de não conseguir se comunicar e vir até a confundir a mente do idem aventureiro que está na outra extremidade, lendo e tentando se comunicar. Mas esse medo que em fração de segundos chega a ser aterrorizante se desfaz quando de repente algo bem interior e particular dá a certeza de que esse medo é falso e que palavras e idéias livremente concebidas e construídas, estas são verdadeiras. 

Em um instante como este até minutos atrás improvável, surge o lampejo de uma comunicação de que o nosso Criador, na sua infinita sabedoria e poder, continua fazendo jorrar água da pedra como graça dispensada a quem de fato precisa. Sabendo que não sou digno deste favor, alegro-me ao concluir que se Ele dá a mim, quanto mais aos outros!

Enquanto escrevo, ora com leveza e agilidade ora não tanto, corro a vista de maneira dispersiva nas linhas acima e releio, releio de relance e me sobrevêm reações inesperadas,, deliciosas e respiro fundo. Sorrio de leve, franzo a testa, contraio o rosto, ergo a vista, mirando um ponto fixo por alguns segundos, retornando ao rabisco das letras, esboçando novo sorriso e aí sucedem-se poucos e breves arrepios, enfim, este é momento para conjecturar que os desaventurados que consomem drogas para sentir, entre uma das razões alegadas do vício um estado de prazer e felicidade _ obviamente uma sensação falsa, poderiam se entregar ao vício de ler ou escrever, ou as duas coisas, algo assim de valor emocional edificante, inestimável, prazeroso de verdade, ler com o coração, escrever com a alma, no intuito de entrar e navegar nesse clima deliciante e sereno, de calma e paz, compartilhando-o com outrens, entre outras coisas felizes, e, aí sim, arrebatadoras

Ainda receio não saber me decidir quanto aos títulos dos textos que escrevo. Quem tem paciência e resignação para lê-los até o fim sem se fadigar, pode ter outras linhas de captação e razões para nomeá-los, dividindo comigo este bônus, o que julgo pertinente. Neste, eu quis, talvez, e em boa hora, suscitar a compreensão de que a nomeação dos nossos registros mentais gráficos nem sempre surgem e se sustentam sem oscilação, imutáveis. Então nós, tanto os que escrevemos quanto os que lemos, elegemos o título que se nos apresenta com maior grau de fidelidade àquilo que está grafado e proposto. O processo passa por um grau enigmático de surpresa, curiosidade, indução de versatilidade e tudo isso produz em nós grande satisfação, dando-nos a impressão de vagar por ondas intensas e infindas de bem estar e conforto exclusivo e ao mesmo tempo comum. Tal proeza que sugere o ser ou não ser e as vezes torna-se clara e simples anima, inspira, acaricia o nosso ego.

As reticências desafiadoramente postas acima, como título do texto, sugerem navegarmos quanto possível, ousando, descobrindo, fomentando a inteligência, extravasando a imaginação, exercitando a sabedoria, que é um grande legado do Criador para nós, e levados pelos melhores princípios apreendidos possamos treinar a mente para coisas cada vez maiores, mais relevantes e construtivas. Os títulos das proposições, nós os convencionamos, o importante é abrir caminhos para o imaginário edificante.

Inevitável dizer, como se estivesse iniciando viagem de construção de entendimento sobre algo, que há muito vinha tentando escrever, tendo como referência quem sabe uma letra, um sinal ou símbolo de onde eu pudesse partir e desenvolver um percurso agradável, que tivesse um tom inusitado, esquisito ainda que não premeditadamente, engraçado, enfim, que passasse uma ânsia de encarar a insistente demanda. Em um dos corredores da prefeitura municipal de Pedreiras, neste prédio há muitos anos improvisado, deparando-me com um amigo, membro da Academia Pedreirense de Letras, pude lhe revelar que estava com uma espécie de impulso, propensão incomum, de navegar em um tema, um ponto de partida talvez esquisito como acima sugerido. Entendi da parte dele que isso ocorre conosco, que maníacos das letras, nos achamos, vez por outra, na iminência de enfrentar semelhante desafio e aventura de efeitos e resultados imprevisíveis, nunca imagináveis, um feito único de escolher como e com que insultar a mente, o intelecto, como forma de realização e ali disse ao acadêmico que “reticências” era a tendência mais forte no momento. 

Reticências, sinal discreto de pontuação, encerra infindo e vasto mundo de concepções, deduções, viagens perdidas no vazio ou as vezes bem centradas no alvo compartilhado. Esses pontinhos juntos, horizontais, propiciam fértil navegação levitacional interminável, desbravadora.

Faz-se mister, assim, retomar a menção aos que se enveredam pelas sendas sombrias das drogas, mal do século, para revelar e sugerir acesso ao espectro salutar das reticências, que oferece espaço atraente, intrigante, instigante, farto de inspiração e imaginações, que daria às drogas um sentido cada vez mais insignificante e desprezível.

Como proceder, então? _Crendo na possibilidade, dando a si próprio a grande chance!

*Secretário de Agricultura Pecuária e Pesca de Pedreiras


3 comentários:

  1. Não entende o q esse senhor quis dizer nesse texto dele, é uma coisa vazia sem sentido, parese até coisas de quem não tem o que fazer, esse secretário é muito fraco é conpativel com o governo do Chicote.

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  2. Texto fraco e sem conteudo, fraco igual ao autor, o que foi mesmo q esse cara quis dizer? qual é a reflexção?

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  3. NÃO É O TEXTO QUE É FRACO E SEM CONTEÚDO COMO VOCÊ, ANÔNIMO, FALOU.
    O TEXTO NÃO É VAZIO, E TEM SENTIDO.
    O SECRETÁRIO TAMBÉM NÃO É FRACO.
    VOCÊ É QUE É IGNORANTE, NÃO ENTENDE LEITURA E FICOU COM INVEJA DO SENHOR PORQUE TEM SABEDORIA E É UM GRANDE INTELECTUAL.

    FAUNA E FLORA!

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Pedras Verdes, Pedreiras, MA, Brasil.