Nicolau Maquiavel e Karl Marx
Por: José Luiz
Ser um socialista autêntico é não aceitar as injustiças, seja ela qual for. É não calar diante o desrespeito aos Direitos Humanos, em qualquer lugar e em qualquer instante. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem socialista sempre escolhe a justiça.
É ser guiado pela constante capacidade de se indignar e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular, alienar ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo e certo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor, e é isso que o deve mover. Porque o homem socialista sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que milhões de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
Ser socialista é estar junto. É caminhar com aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem propaganda falsa. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com muita mídia e holofotes. Ser socialista é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero étnico ou da religião.
Ser um socialista autentico é não se deixar seduzir pelo consumismo. É mergulhar, com alegria e integridade, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor, pela inveja ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço fundo e escuro das respostas fáceis, das certezas acomodadas e sem nexo. Porém, o homem socialista autentico não faz da dúvida o motivo para a sua indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes ações e que, muitas vezes, é preciso travar batalhas longas e desgastantes. Ser um socialista autentico é, num governo, nunca usar os métodos do inimigo como retórica e medida teórica trocando os pés pelas mãos tirando da militância socialista os Princípios de Marx e dando o Príncipe de Maquiavel.
Guerreiro Zé Luiz, belo texto e conteúdo muito verdadeiro. Para nós, guevaristas, românticos, utópicos até, seu texto é nossa prática diária de vida, nosso modus operandi de viver, ou melhor, nosso modus vivendi. Pena que tão pouca gente acredite nisso e o dinheiro e a ganância material domine o mundo e a mente da maioria das pessoas, e o ser humano que deveria ser o centro de tudo não o é.
ResponderExcluirMas tenho algo a discordar aí também. Lógico que Marx é melhor que Maquiavel, mas o velho Nicolau não é esse ser mau que pejorativamente falam dele e pelo qual ficou estigmatizado não. Nicolau Maquiavel simplesmente ensinou o Príncipe a governar com sagacidade e perspicácia, segundo as regras da época -- 500 anos atrás(diga-se de passagem, válidas até hj), mas nunca pregou o mal.
Parabéns!
Allan Roberto