Deputado informa, no plenário da Câmara, que o local foi habitados pelos índios tupinambás – que tem mais de 9 mil anos de existência, e denuncia que não foi feito o laudo arqueológico para construção da “Via Expressa”
“Vinhais Velho não pertence apenas a São Luís, ou ao Maranhão, mas ao povo brasileiro”, afirmou nesta quarta-feira (14), o deputado Domingos Dutra (PT-MA), ao fazer no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, nova defesa daquela comunidade tradicional, que completou no dia 20 de outubro passado 399 anos, a mesma idade da capital maranhense – sendo, portanto, uma das localidades mais antigas do País.
O parlamentar fez também novo apelo ao governo do Maranhão para modificar o projeto de engenharia da avenida Via Expressão São Luís, e recue na construção de uma das alças vai passar por dentro da comunidade. “Se houver o recuo dessa alça, a governadora faz sua obra e ao mesmo tempo preserva o rico patrimônio do Brasil”.
Munidos de documentos, Domingos Dutra informou que a povoação da Vila Vinhais Velho foi feita por uma missão de jesuítas. “Ali, viviam os índios tupinambás, que têm mais de 9 mil anos de existência. A comunidade é patrimônio arqueológico”, disse o deputado, ressaltando que Vinhais Velho é mais novo do que São Luís apenas 42 dias.
“Infelizmente, o governo do Estado teima em colocar uma alça da Via Expressa justamente em cima do povoado Vinhais Velho. Esta alça se for construída do jeito que o governo quer irá simplesmente destruir parte do patrimônio do Brasil”, alertou o parlamentar, lembrando que nos termos dos artigos 216 e 20 da Constituição Brasileira “Vinhais Velho é patrimônio material e imaterial da Nação brasileira e não pode ser destruído”.
Na opinião do deputado Domingos Dutra, o governo do Maranhão vem insistindo na construção da alça por ‘birra’. “Tenho a impressão de que o secretário Max Barros (Infraestrutura), por birra, fica teimando em não abrir a discussão sobre o ponto de vista técnico, de engenharia para poder mudar a alça e fazer esta obra, que o governo do Estado considera relevante, mas que ao mesmo tempo preservará esse patrimônio”.
Ele destacou o culto ecumênico culto ecumênico realizado no último sábado (10), comandado pelo Padre Cláudio e o Pastor Lyndon. “Foi um momento rico de reflexão para manutenção do patrimônio histórico brasileiro”. E reafirmou que ele, a comunidade de Vinhais Velho, entidades da área de direitos humanos e as igrejas, “vamos procurar as vias judiciais para preservar aquela vila, porque, assim, estaremos preservando parte da história de São Luís. E São Luís merece ser preservada pelos seus quatro séculos de existência”.
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