SANTO DE CASA TAMBÉM FAZ MILAGRE, MAS NINGUÉM RECONHECE

São Allan di Prainha

Por: Joaquim Filho

Em menos de um mês, eu, aqui em Pedreiras, por precauções, passei em consulta com dois bons e excelentes médicos filhos de Pedreiras: Dr. Allan Roberto (clínico geral) e Dr. Elimilton Alencar (cardiologista); depois, retornei ao consultório dos mesmos para lhes mostrar os exames solicitados durante as consultas, onde os atendimentos médicos realizados foram o Hospital Geral e Posto de Saúde Dr. Kleber Carvalho Branco, na Rua Manuel Trindade, no antigo prédio onde funcionou a cadeia pública local. 

Em se tratando dos referidos médicos, o primeiro quase que dispensa comentários e apresentação, por se tratar de um cidadão que além de um exímio profissional da saúde, é também uma pessoa que desde a sua mocidade milita no campo político, religioso, social e cultural da cidade de Pedreiras, de tal forma, que da criança ao ancião, sabem quem é Dr. Allan Roberto; o segundo, embora seja oriundo de uma família tradicional da cidade (filho do ex-prefeito Edmilson Gonçalves Alencar e irmão do ex-prefeito Edmilson Gonçalves Alencar Filho), mesmo que tenha uma vida arredia e alheiaa alguns segmentos da sociedade, tem sido de fundamental importância para os munícipes dessa terra no tratamento às enfermidades que afetam o bondoso coração desse majestoso povo de Pedreiras e região. 

Mas a finalidade desse texto, não é jogar confetes, falar bem ou mal dos dois médicos em questão. Eu poderia estar falando de outros médicos pedreirenses que não fossem exclusivamente Elimilton Alencar ou Allan Roberto, pois além desses, existem vários: alguns neófitos e outros já na estrada há vários anos, também na dedicação e servindo à população. Apenas, quero sim, mostrar com experiências próprias de paciente, da importância de termos em nossa cidade, nos hospitais e nos postos de saúde, ou quem sabe até com visitas domiciliares - se não for exigir muito - a presença do médico-amigo, do médico-conterrâneo, aquele filho de Pedreiras que conhece a triste e decadente realidade desse povo que está morrendo à mingua. Pois, uma vez que determinado médico não seja capaz de atender e tratar com humanidade os seus patrícios, quem ele irá atender com amor, respeito e humanismo? 

Faço essa observação, porque tenho visto e até já fui vítimaem algumas vezes de certos “médicos” que nossos gestores contratam a peso e custo de ouro, como quem contrata um grande craque de futebol, os quais vêm para nossa cidade ganhar salários altíssimos em seus plantões, somente no afã de engordarem suas contas bancárias, aumentarem seus patrimônios e tratar o nosso povo da forma desumana e mais cruel possível, tendo, às vezes, como cúmplices, determinadas “enfermeiras” que complacentes com a maldade e a arrogância desses péssimos profissionais, fazem com que quem chegue doente ao hospital, saia de lá pior ainda, em consequência do péssimo atendimento que é dado ao paciente.

Só para se ter uma ideia - e volto a falar com conhecimento de causa - certo dia, eu levei a minha esposa que estava se sentindo mal, ao Hospital Geral, por volta das 2 (duas) horas da madrugada. De cara, um considerável tempo foi gasto do ato de ela fazer a ficha até o médico atendê-la na antessala do seu quarto repouso. Quando o mesmo saiu dos seus aposentos, sequer olhou-nos em nossa cara, não nos disse bom dia e nem o infeliz perguntou o que a minha esposa estava sentindo. Foi quando, eu, de forma sarcástica, disse-lhe: “Bom dia para o senhor também, doutor!”.

Esse médico realizou uma consulta à minha esposa de uma forma que o veterinário Maurício Fernandes, ao cuidar dos animais que os levam para a sua farmácia em Trizidela do Vale, dá aos bichinhos muito mais atenção e respeito do que esses senhores que se travestem de médicos. 

Portanto, penso que o nosso gestor municipal, juntamente com o novo secretário de saúde Marcus Louro que está chegando com boa vontade de mudar essa realidade, possam ver essa questão que estamos abordando com mais atenção, e deixar que por causas de ideologias ou brigas partidárias ou mesmo grupos políticos, os bons profissionais de saúde não sejam impedidos de trabalharem na cidade onde nasceram, cresceram e estão as suas raízes e história.

A nossa cidade, por esses dias do período momesco, perdeu uma grande oportunidade de se tornar notícia de forma positiva a nível nacional, ou quem sabe mundial, quando do ocorrido do atentado ao cidadão Hilton Brito; que ao contrário de noticiarem a cidade como terra violenta e sem lei, deveriam ter enfatizado e dado os méritos ao médico Dr. Allan Roberto que naquele dia e hora estava de plantão, que fazendo das “tripas coração”, se utilizou mais da sua experiência e conhecimentos de médico para salvar a vida do rapaz que estava baleado, do que as condições de trabalho em infraestrura e equipamentos cirúrgicos que o Hospital Geral lhe oferecia no momento. Deveriam ter noticiado também que mesmo diante de uma triste realidade em que vive a nossa saúde no Brasil, um médico filho da terra, com condições precárias de trabalho fora capaz de salvar uma vida. 

1 comentários:

  1. É muito simples resolver esse problema posto. Basta o município cumprir a constituição e realizar concurso público para a área de médico. Aí sim os mais bem preparados e com mérito iram trabalhar como médicos neste município. Esse negócio de ficar "colocando" profissionais sem concurso para exercer cargos que deveriam ser preenchido através de concurso público, para mim é um desrespeito com os princípios da Administração Pública e principalmente com a população.

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Pedras Verdes, Pedreiras, MA, Brasil.