Mais de 60 mil e-mails foram encaminhados ao deputado federal Simplício Araújo (PPS/MA) desde a última quarta-feira (12), após a reunião da Comissão de Direitos Humanos e Minoria ter sido interrompida durante votação do Projeto de Decreto Legislativo 234/11, mais conhecido como projeto da "cura gay".
Ativistas LGBTs encaminharam e-mails parabenizando a atitude do parlamentar e afirmando que a função da comissão é a de defesa das minorias. Familiares, simpatizantes e presidentes de associações defensoras dos direitos LGBTs fizeram questão de frisar que as principais organizações mundiais de saúde, incluindo muitas de psicologia, não mais consideram a homossexualidade uma doença, distúrbio ou perversão o que, segundo eles, derrubaria a tese de suposta cura.
Já a corrente favorável à proposta, se manifestou, nos e-mails, solicitando um novo posicionamento do parlamentar, afirmando que os homossexuais possuem o direito de buscar auxílio dos psicólogos se desejarem mudar sua opção sexual. Muitos afirmaram que o Brasil é um país livre e que, como tal, qualquer pessoa tem o direito de escolher se deseja ou não mudar sua opção. Segundo blogs e jornais, muitos receberam o e-mail do deputado em suas igrejas e foram estimulados a lutar pela aprovação do projeto.
Tendo assumido a cadeira de deputado federal há apenas seis meses, Simplício Araújo não esteve presente nas audiências públicas que debateram o referido projeto. Teve pouco tempo para estudar a matéria, haja vista ser um tema complexo. Tentou, sem sucesso, conseguir um tempo maior para ouvir tanto os defensores como os opositores do projeto, bem como psicólogos, especialistas e sociedade. Sua atitude ao pedir vistas e a retirada de pauta do projeto foram, justamente, para ter a chance de ouvir os interessados além de dar a chance para que vários parlamentares da comissão que, assim como ele, não participaram das audiências, tivessem a chance de aclarar suas ideias e não apenas emitir um voto cego.