Na tarde de segunda-feira (01/04), sem mentiras e nem coisas parecidas, uma reunião aconteceu no quartel do Tiro-de-Guerra, em Pedreiras, no sentido de dar prosseguimento ao Plano de Contingência visando as consequências trágicas que sempre trazem as cheias do Rio Mearim.
A reunião se deu sob a liderança do Sargento Fernandes, comandante do TG 10-008 e o coordenador da Defesa Civil, Zé Martins, que anunciaram e apresentaram o plano de atuação que norteará as atividades de combate às mazelas que a cheia do Rio Mearim trás consigo.
Sargento Fernandes mostrou uma grande preocupação com a elevação abrupta das águas do rio e a movimentação dos flagelados advindos da cidade co-irmã, Trizidela do Vale. O representante do Exército destacou que os cidadãos trizidelenses, não tendo local para ficar em seu município de origem já procuram alocações e, assim, demandam mais assistência para Pedreiras.
O Secretário de Educação de Pedreiras, Cícero Queiroz, demonstrando inquietação com a ocupação das escolas do município, tendo em vista o histórico de grandes prejuízos materiais, sociais e educacionais, além dos transtornos causados pela ocupação conturbada das escolas; amplia a discussão e sugere alternativas para o não uso dos espaços de ensino público, como: aquisição de barracas e adequação de terrenos que possam abrigar provisoriamente as famílias.
Alguns participantes da reunião afirmaram que famílias já estão tomando conta das escolas e até mesmo reservando suas vagas. Fatos este que pode ser detectado facilmente em uma volta rápida pelos alojamentos.
O professor Ricardo do PT, assessor do prefeito Totonho Chicote, colocou em debate pontos fundamentais e deu exemplo da cidade de Imperatriz que conseguiu centenas de barracas por força da ação integrada do Poder Público; a atuação política de deputados federais, estaduais e o governo do Maranhão durante a cheia 2009.
O Assessor do prefeito de Pedreiras, Paulo Rogério, foi feliz em abordar a questão do fluxo de demanda, atendimento e mobilização da comunidade, bem como a continuidade das ações pela gestão municipal e a elaboração de um plano estruturante que possa acabar com este problema recorrente das cheias e não onerar as escolas municipais e estaduais.
Os Centros de Ensino CAIC e Olindina Nunes Freire já estão liberados para receber os atingidos pelas cheias, declarou Cícero Queiroz, informado pela Gestora de Educação Regional, Cláudia Brasil.
A Promotora de Justiça Sandra Pontes, mesmo ausente fisicamente, não deixou de participar através de um representante do Ministério Público e também em contato com Padre Zé Geraldo que transmitira a mensagem: “a promotora recomenda que a utilização das escolas seja o último recurso para alojamento das famílias desabrigadas”, retransmitiu Zé Geraldo.
Padre Zé Geraldo que desde a madrugada de 01 de abril vem auxiliando os moradores desabrigados do Bairro Matadouro, falou com apreensão dizendo que as ações em prol dos desabrigados têm que ser seguras, concretas e continuas. E não simplesmente atitudes assistencialistas promovidas por aproveitadores.
O Secretário de Infraestrutura Antônio França, incansável, falou com propriedade sobre os recentes acontecimentos, das carências do município, além de demostrar ter plena consciência das medidas a serem tomadas em apoio ao povo de Pedreiras. Em relato, destacou a situação nas zonas rural e urbana e das ações desenvolvidas até o momento.
Totonho Chicote, prefeito de Pedreiras, ao encerrar a reunião disse que ficou bastante atormentando ao saber que famílias já estariam saindo de suas casas por força do Rio Mearim; no entanto, ficou com o coração um pouco mais aliviado, quando viu a comunidade mobilizada em torno do Plano de Contingência que fora apresentado.
Espera-se da comunidade mearinense bem como do Poder Público, medidas concretas que possam minimizar o sofrimento e danos que as chuvas causam. Essas medidas não devem ser amparadas por ações puramente politiqueiras, assistencialistas e oportunistas, mas sim por um trabalho sólido, de caráter humanitário e desenvolvimentista..