HÁ TEMPO!

Primeiro pensei em escrever um artigo chamado Zona Urbana. Mas o que apareceu de zona para eu visitar não estava escrito: Zona Urbana, Zona Rural, Zona do Baixo Meretrício, Zona Erógena, Zona Eleitoral, etc... Não deu. Mudei para “Até quando?” eis que surge um artigo também perguntando até quando? Só que há muito tempo eu também havia perguntado para mim e a torcida do meu Vascão inteiro, até quando? Até quando viveremos e/ou sofreremos essas mazelas crônicas do nosso berço tupiniquim? Preciso citá-las? Não há espaço suficiente para tanto, mas posso afirmar uma coisa: continuaremos a ser vítimas dessa zona sem tempo e nem hora para um final. 

Acredito que não há e nem precisamos de tempo para correr atrás do inexistente (a vergonha na cara dos maus políticos). Não é que virou moda de repente falar mal dos maus políticos, é que eles não tomam vergonha na cara e por mais que queiramos ou lutamos para que isso aconteça, não tem jeito. Eles continuam nos vendendo ilusões, fazendo com que nós, os mais fracos e menos afortunados submetamo-nos a dura realidade de sustentá-los e mantê-los no poder com seus mensalões, suas quadrilhas, sua bolsa-esmola, Inframorte, PACs, etc., etc... 

Como se não bastasse, surge agora um movimento dos mais afortunados (os mais ricos) do país, com seus jatos executivos, seus helicópteros, suas Mercedes, BMWs, mansões. Pois é, esses “coitadinhos” cansaram, estão cansados, também pudera! Manter uma conta com o dinheiro saindo pelo e para o ladrão deve ser tarefa das mais difíceis, também deve ser ruim demais e muito cansativo ter tudo o que se quer aos seus pés. Bota canseira nisso! Sem falar nas festas onde debutam os maiores salafrários do país, misturados às cafetinas e outras ditas “socialites”, onde, acredito eu, a sacanagem deve rolar solta. 

Eu, cá comigo, também ando muito cansado, cansado de pagar impostos para sustentar e dar boa vida a ladrões; cansado de ver o meu Nordeste discriminado; cansado da banda podre da instituição que você imaginar (todas tem a sua); cansado de desvio de verbas públicas; do não querer e ter que querer; cansado da corrupção na sua totalidade; cansado de ver os maus-tratos com os nossos velhinhos e nossas crianças; cansado de todos os males e safadezas que temos que aceitar e engolir calados como se fôssemos nós aqui do degrau mais baixo da pirâmide. Os verdadeiros culpados. 

Sei, é muito difícil, mas nem por isso podemos parar de pedir socorro. Isso mesmo. Pedir socorro! Precisamos urgentemente abrir a boca, arreganhar os dentes e protestarmos. Não termos vergonha nem medo de pedir socorro. Caso contrário seremos engolidos por falsos, poderosos e ladrões de todos os naipes, que nos empurra mais e mais para um genocídio em câmera lenta. Porem, como em mim ainda resiste um pouco de esperança... 

Acredito que ainda há tempo. Tempo para eles criarem vergonha; tempo para doarmos um pouco de cada um de nós em busca de novos rumos, melhores dias; para mudarmos esse quadro tétrico e deprimente em que vivemos. Tempo até para nos deleitarmos nos braços da mulher amada... Há tempo, sobretudo, para amar e ser amado. 

Edézio Monteiro da Silva - Esperantinópolis - MA
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