O pensamento eleva-se
Transfigurado num pássaro
Livre, porém em desatino
A sala é o espaço
Prisão vazia
No corredor
A galeria do passado
Enfileirada quadro a quadro
Até o presente
A poltrona vazia
Toma-me de inquietude
Descrença, omissão
Nau sem controle
Estância desabitada
Objetos familiares
Visto de um novo ângulo
Evocam um quebra cabeça
Histórias inacabadas
Portas cerradas
Janelas entreabertas
Com o futuro a tremular
Translúcidas cortinas
Onde vultos esperam
Por suas identidades
Ana Néres
