PARÓDIA MUSICAL POLITICA

I Tá vendo a ponte do matadouro moço? Ajudei a levantar Antes era só de pau Parecia um curral E todo mundo a reclamar Depois da pressão do povo Montei licitação de novo E comecei a reformar Estruturei toda de ferro E enchi só de concreto Tirei foto, mandei filmar Só que pra cair a verba Completei toda com terra Não podia nem ventar Aí veio a enchorrada E levou a cabeceira Foi descoberta a caganeira Aí chego no cidadão Chamo ele de reclamão Porque não agradece o pão Assim vou enrolando As promessas aumentando Ninguém tá sim importando Só que eu não queria assim Isso é muito ruim Mas o dôtor que manda em mim E lá na ponte das palmeiras A coisa tá do mesmo jeito Enchi de terra as cabeceiras E no bairro bem do lado O negócio é complicado Tá cheio só de buraco Nunca fiz uma obra lá Não mandei nunca limpá Muito menos asfaltá E o povo precisando Na igreja tudo orando Não tem o mais o que fazer O dôtor quis eleger Não se pode reverter O povo quis pagar pra ver Tá vendo aquela caçamba moço? Ajudei a alugar.

II Ali tem só umas três E no papel tem seis Pelo preço de dezesseis Pois o que vale é o dinhêro Dele nem cherar eu chêro É um caso verdadeiro Eu assino o cheque em branco E entrego lá pro bando Direto vai tudo pro banco Pra conta da construtora Que só tem uma cavadôra E um monte de vassoura E que de verde não tem nada Só o nome de fachada Lá é só pra lavada Só que eu não queria assim Isso é muito ruim Mas o dôtor que manda em mim Tá vendo as casas dos alagados moço? Eu também tô vendo não Já tem tempo pra daná Que o dinheiro tá na mão Não consegui ainda disviar E enquanto eu matuto Uma forma de fazê-lo Fica o povo a se alagar É assim que vem mais verba De emergência e de urgência Não precisa licitar Só que o rio não ajuda Tem dois anos que não sobe E a barrage a água a escoar E o povo tá com pressa Mas não tem ninguém que me impessa Desse dinheiro desviar Os vereador também tão nessa Vai sobrar dinheiro a bessa Com eles eu posso contar Só que eu não queria assim Isso é muito ruim Mas o dôtor que manda em mim Bem queria sim Que sobrasse mais pra mim Pois tá pouco o capim