Desfile de 7 de Setembro - Pedreiras, MA - década de 1970.
Ordem e Progresso: Lema da política nacional com forte apelo positivista que deixa transparecer os ideais de seus pensadores. Marca estampada em nossa bandeira que exprime o imaginário republicano do passado.
Aproxima-se mais um sete de setembro onde rememoramos aquele intuitivo e impulsivo pronunciamento esbravejado com empolgação em um agonizante dia de calor tropical às margens do rio Ipiranga: “Independência ou morte” disse o destemperado D. Pedro I em 1822. Morrer pela independência seria o preço para quebrar a redoma exploratória, colonialista que a meu ver, ainda hoje nos cerca; porém, com outras vestes e disfarçadamente nos oferta esta bela data, que deveras, trás consigo suor, sangue e lágrimas engarrafados e transportados desde os tempos de Cabral, passando pelos navios negreiros e acomodados nos porões da ditadura – brindemos!
Deste o descobrimento do Brasil nossos ancestrais tinham muita gana comercial, baseado nos moldes exploratórios e escravocratas; no entanto, disseminavam pensamentos idealistas, humanistas e progressistas mesmo que timidamente inseriam na cabeça dos demais esses sonhos ordeiros e progressistas que até hoje perseveram.
Dia 7 de setembro: o dia que deixamos nosso “pai” Portugal. Desde então, comemoramos em forma de feriado nacional com paradas e desfiles em todo Brasil: Exército, Marinha e Aeronáutica, carros e armas que mostram o poder do país. Nas cidades pequenas como a nossa, ganham destaque a polícia, escolas, clubes, sociedade organizada e o reforço de nossa açucarada e gorda: cultura e folclore.
Para muitos, o dia mais cívico de todos; um dos mais esperados do ano, onde o sentimento de patriotismo aflora e nos engrandece diante dos problemas diários. Nossa aura é revestida pelo vigor da pisada forte dos guerreiros. Nosso espírito clarifica-se com a lembrança da perene luta que faz com que nos adornemos com a frágil armadura social, que mais assemelha-se a carapaça de um jabuti.
A busca pelo amor é o principio; quer seja na desconfiança de um amigo, no olhar cativo de um filho, na vista cansada de uma mãe ou na intransigência de um pai. Sempre buscamos o bom viver. Para tanto, a regra é a ordem; manter o equilíbrio entre as coisas, buscar o consenso e afinar o bom senso; todavia, para arrumarmos o progresso, os elementos primeiros, necessariamente, têm que estar ajustados, sem que seja suprimido ou corrompido qualquer das partes do ser.
Contemporaneamente, mesmo com todo conhecimento, nossos líderes invertem valores e trocam seu “sangue azul” por conquistas que sobrepõem o ideal coletivo.
Quando criança, saindo do Jardim de Infância Branca de Neve em direção a Av. Rio Branco, recordo-me, o quanto esse dia foi exaustivamente especial e importante para constituir-me moral e civicamente. A simplicidade das fantasias contrastava com o esplendor e sentimento de união naqueles instantes que se eternizariam no meu ser. Hoje se torna mais claro para mim, o porquê de um dia tão trabalhado e sofrido. Construir um cidadão civilizado requer muito tempo, muito trabalho, atenção, dedicação, é necessário vivenciar cada momento, entender a dor e sofrimento e doar-se de corpo e alma ao nosso semelhante.
Que este dia de glória, luta e fervor não se deixe abalar pelo inimigo mór que antes mandava atacar com espadas, canhões e mosquetes e hoje se esconde, usa caneta, celular e uma faixa tiracolar. Não se tem mais generais, comandantes ou capitães, na hierarquia tem-se secretários, assessores e cabos eleitorais.
VIVA A PÁTRIA, VIVA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E VIVA A DEMOCRACIA!
Belo texto Sr. Pedras Verdes, todo esse memorial de 7 de setembro nada mais que uma manifestação dos residuos miilitares que ainda hoje perduram. Porém, nos engrandece por vê tantas pessoas, mesmo sem saberem, manifestar seu lado patriota.
ResponderExcluirGostei do texto, que ótima visão, as crônicas e o blog estão ficando muito boas.
ResponderExcluirLuis Juiz
muito bom mesmo...Fico também muito feliz ao ver como a cidade está se preocupando em fazer bonito neste dia 07 de setembro. Parabéns á todas as escolas que estão se esforçando em honrar a pátria.
ResponderExcluirPrezados Senhores,
ResponderExcluirBoa Tarde!
"Libertas quae sera tamen"
Permitam-me fazer um comentário lacônico, a respeito do texto acima, que por sinal, muito excelente. Parabéns!!! Durante o meu curso de Letras, na Faculdade de Educação São Francisco - FAESF, entidade que serei sempre grata, por ter me proporcionado a oportunidade ímpar de hoje ostentar um curso superior, eu aprendi uma coisa: em toda narrativa, seja ela qual for, vai haver sempre uma passagem que será a essência de todo o enunciado. Nesse belo texto, destaco a seguinte passagem, na qual, o autor foi muito poeta e saudosista, a ponto de incutir no leitor, sentimentos de patriotismo e até mesmo poéticos: Construir um cidadão civilizado requer muito tempo, muito trabalho, atenção, dedicação, é necessário vivenciar cada momento, entender a dor e sofrimento e doar-se de corpo e alma ao nosso semelhante.
Essas palavras é a beleza do texto. Pena que o autor não se identifica, e, assim, se torna difícil direcionar os elogios.
JOAQUIM FERREIRA FILHO
po.eti.zando@hotmail.com
Fone: (99) 8110.3668
Corrigindo: Entidade que serei sempre grato, e não, grata.
ResponderExcluirJoaquim Filho
Ordem e Progresso, a expressão foi extraída da fórmula máxima do Positivismo: "O amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim", que se decompõe em duas divisas usuais - Uma moral, 'Viver para outrém' (altruísmo - termo criado por Comte), ou seja, por o interesse alheio acima de seu próprio interesse, e outra estética, 'Ordem e Progresso', ou seja, cada coisa em seu devido lugar para a perfeita orientação ética da vida social.
ResponderExcluirwww.brasilrepublica.com
Parabens pela postagem.
Klebinho Branco
Nossa como esta imagem é nostálgica pra mim... Tenho muitas fotos na década de 80, de princesa, baliza etc. em desfiles do dia 7 de setembro. Bons tempos! E aprendíamos muito sobre nossos heróis da Pátria!
ResponderExcluir.
Realmente muita coisa mudou, nas escolas, nas famílias e na sociedade, tanto que hoje já ousamos questionar nossa independência, pois à medida que podemos cada vez mais nos distanciar da clausura das meias idéias ou das idéias medidas, mais questionamentos nos vem à mente.
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Fico cheia de vida quando somente para “pirraçar” com meu filho de 9 anos, que cursa a 4ª série/5º ano, lhe pergunto: Filho, quem descobriu o Brasil? E ele me responde indignado,por achar uma pergunta muito óbvia, e diz: Foram os índios! Então replico: Mas como? Não foi Pedro Álvares Cabral? Ele responde novamente, já meio "avexado": Mas mamãe, a senhora não sabe que não se pode descobrir o que já foi descoberto? Pedro Álvares Cabral apenas dominou o Brasil!
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Pois é, fico realmente feliz que meu filho hoje viva num país que é independente ao ponto de não mais esconder a história em cartilhas padronizadas pelo governo. Porém, gostaria muito de poder lhe oferecer ainda um país maduro o suficiente para que não esconda seu passado em arquivos secretos, longe do olhar ávido dos que querem uma pátria realmente LIVRE e sem resquícios de clausuras!
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Gostaria muito de que no futuro quando perguntasse ao meu filho quem fez a independência do Brasil, ele me respondesse: Mamãe, nós realmente somos heróis! Fizemos a real independência do Brasil quando aprendemos que somente por nossas próprias mãos soubemos colocá-lo nas mãos certas!
Ana Néres
Caro Joaquim Filho
ResponderExcluirToda vez que sou provocado a me identificar, dá uma coceirinha naquele lugar.
Não é no fiofó, mas tão simplesmente no gogó, no entanto me dá um nó.
Absorvo para mim todos os elogios, lembre-se que no escuro, grandes obras foram e são elogiadas.
Credites, pois, todo saldo no incipiente e embaraçado pseudônimo: Mr. Heel ou mesmo Pedras Verdes.
Caríssima Ana Néres, só o que tenho a dizer a ti é: Obrigado! por depositar sabedoria e compartilhar conhecimento com nossos leitores.
ResponderExcluirKlebinho obrigado pela atenção, mostra sua boa fé e disponibilidade, fico muito grato pelo aditivo.
Caros colegas anônimos é no respeito às pessoas que perpetuam sua espécie. rsrsrs só não acasalem aqui por favor!
Ana Néres, ah, minha confreira, oxalá se todas as mães tivessem essa consciência que você tem, para poder dar aos filhos uma educação verdadeira, e não, de mentiras que nós ouvimos desde pequenos, inclusive sobre a nossa História. Com certeza seu filho será um grande Homem no futuro, graças ao berço, lar e a mãe que tem. É por isso que nós, companheira, defendemos a Educação, porque só ela transforma e torna mulheres e homens livres. Parabéns!
ResponderExcluirJOAQUIM FERREIRA FILHO
Pedreiras - MA.
A princípio digo que não sou nenhuma revolucionária, nem gosto de criar polemicas, mas sempre procuro dizer o que penso quando tenho a oportunidade. Também não me posiciono aqui radicalmente contra a parada do dia 7 de setembro, a não ser por alguns fatores que sempre me chamaram a atenção desde menina: pela oportunidade de demonstrar ainda mais a desigualdade social de nossas comunidades; pelos pais que dizem não ter nem dinheiro pro fardamento e querem posar seus anjinhos de destaque impecáveis nos desfiles, ou que são obrigados a isso para não causarem transtornos às crianças
ResponderExcluir.
Tudo Bem, todos que somos pais queremos SEMPRE um lugar de destaque para nossos filhos...
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Mas falo com experiência de diretora de escola, organizadora e desfiles na rede pública e privada de ensino com certa experiência, e diante disso não posso deixar de me indignar...
Pelo menos algumas ocasiões, mais do que um sinônimo de patriotismo, o desfile se tornou sinônimo de modismo em que as crianças com renda inferior saem de farda e as da alta sociedade se vestem de príncipes e princesas. Aí sim temos um desfile à altura para se ter real amostra da sociedade brasileira.
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Quando na verdade, a farda deveria ser o destaque principal, não como um apelo ao padronizado, mas pela educação, seria como se vestir em prol da educação.
Respeito o passado, as raízes, as tradições, pois fazem parte de nossa história, ruim ou bom ele tem que ser rememorado. Quem não sabe de onde veio, não poderá traçar o caminho para onde vai.
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Sem o intuito de me contradizer concluo que um desfile do dia 7 de setembro é belo no sentido de que significa muito para uma nação lembrar-se de comemorar sua independência, soberania, até mesmo aos olhos do mundo.
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Emociona-me até, ver os militares desfilando, aquela organização e reverência.
Mas digo que desfile hoje nem sempre é sinônimo de patriotismo como deveria ser. Será que todas ou pelo menos a maioria das escolas conscientizam realmente as crianças do que significa tudo aquilo. Será que já lhes foi passado realmente o sentido de liberdade para a cidadania, se foi, com certeza nos espera uma grande revolução daqui a alguns anos...
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Mais importante do que passar horas e dias letivos ensaiando é conscientizar todos os dias e a todo minuto as crianças na escola de sua missão como ser humano, pessoa e cidadão!
Ana Néres
Joaquim Filho, muito obrigada pelo crédito...
ResponderExcluirTentamos sempre. Acertamos algumas vezes. Erramos outras. O importante é não desistirmos!!!
FICO IMAGINANDO A MUDADA DE POSICÃO DE ALGUNS, NÃO VALE QUERER VOLTAR ATRÁS MEU POETA, QUANDO NÃO BOTO FÉ EM UMA COISA, NÃO DOU A MÍNIMA PARA ELA. ENTÃO COMO PODE EXPLICAR ESSA FALSA MANISFESTAÇÃO DO DIA 07 DE SETEMBRO, SE OLHEI VOCÊ NA BANDA DO TIRO DE GUERRA O ANO PASSADO? VOU MAIS UMA VEZ ESTÁ NA AVENIDA, SE OLHAR NOVAMENTE VOCÊ, SABEREI QUE SUAS PALAVRAS ESTARÃO SEM VALOR. JÁ MOÇA QUE FALOU EM RELAÇÃO AOS FILHOS DELA, FICO CALADA.
ResponderExcluirROSA AMORIM.
É impressionante como as pessoas que não mudam, que continuam arraigadas a um passado triste da história, cheias de ódio e hipocrisia na cabeça e no coração, não conseguem se quer se esconder por trás de um pseudônimo reles. Rosa Amorim, rsrsr. Faço como o meu amigo Paulinho do Forró: "Home, me compre um bode".
ResponderExcluirEm 1983, prestei o serviço militar obrigado, assim como ainda hoje o é. Confesso a você que passei 28 anos sem ter nenhum contato com o Tiro de Guerra de Pedreiras ou alguma entidade militar. Nunca fiz apologia ao regime militar. A minha relação com a banda do Tiro de Guerra de Pedreiras se dá de forma social, artistica e cultural. E tem mais, estou lá porque fui convidado pelo Sargento Granges, devido a relação de amizade que tenho com esse grande ser humano. Granges como militar do Exército tem muito mais humanidade no seu coração, do que certos chatos, alcoolatras e idiotas metidos a idealistas, que acham que o tempo é inerte aos seus caprichos.
Hoje pela manhã desfilei, sim, com a banda do TG. Hoje a tarde, desfilarei, sim, mais uma vez.
Ao término desse comentário, assinatei o meu nome. Agora se você for ROSA AMORIM, eu mudo o meu nome para Jasmin, vou morar no Primavera ou próximo ao Seringal.
JOAQUIM FERREIRA FILHO
Rua Otávio Passos, 163 - Goiabal
99. 8110.3668
RECADO PARA A MINHA AMIGA ANA NÉRES:
ResponderExcluirPenso que você deveria enviar seus textos pelo e-mail pedras.verdes@yahoo.com.br.
Esses seus comentários têm que ter lugar de destque, confreira. Concordo com o Mr. Heel quando lhe fez o convite. Mande, será muito impostante para o blog.
Um abraço do amigo JOAQUIM FERREIRA FILHO
Corrigindo: muito importante
ResponderExcluirFoi lindo o dia 7
ResponderExcluirEITA RECORDAÇÃO BOA!ME RECORDO DESSA ÉPOCA,ONDE AS ESCOLAS ERAM VALORIZADAS E TAMBÉM RECEBIAM PREMIAÇÃO PELA MELHOR APRESENTAÇÃO!EITA TEMPO QUE NÃO VOLTA MAIS!
ResponderExcluirELIENE LIMA