É triste ver o leito de um rio que transportava tanta riqueza, vida e esperança se encontrar em tal estado. Ao fazer uma visita no local do leito normal do rio Mearim pude ver até onde vai a incapacidade ou senão a crueldade humana a fim de demonstrar o seu "poder" e influência.
Durante décadas, o nosso Mearim, serviu como via de escoamento para vasta produção agrícola da região, além de diversos outros itens como potes e até de balsas que deslocavam de um ponto a outro madeira bruta oriunda de outros locais.
Durante décadas, o nosso Mearim, serviu como via de escoamento para vasta produção agrícola da região, além de diversos outros itens como potes e até de balsas que deslocavam de um ponto a outro madeira bruta oriunda de outros locais.
Nas décadas de 70, 80 e 90 era um dos melhores e senão o melhor ponto turístico da região, onde concentrava em seu famoso balneário, o "Major Lucena", centenas de famílias e jovens em busca de lazer e refrescância nas águas do rio.
Hoje, cantado, declamado, o "bravo rio" dá sinais e chances aos governantes de que se os mesmos derem uma pequena ajuda o Mearim volta ao seu curso normal, trazendo mais uma vez vida e esperança a quem o conheceu e às novas gerações. O impacto ambiental causado em seu curso quando depositaram em sua poupança centenas de sacos de areia impedindo seu caminho é reversível, mas se é reversível, por que não reparar o erro cometido anos atrás? A resposta é única: a boa vontade. É melhor maquiar que de fato produzir.
Onde andam os gestores compromissados com a população e as causas ambientais?
A ausência de um planejamento ambiental eficiente demonstra na prática sobre que a natureza se deixa levar pelas mãos humanas, mas ao passo que se deixa ser conduzida cobra muito caro, pode ser que demore, mas com certeza a cobrança vem.
Não basta somente fazer a intervenção, mas analisar a mesma sob os mais diversos aspectos, curto, médio e longo prazo.
Com o passar dos anos, o leito normal do rio vem sendo obstruído por areia proveniente do processo de assoreamento de suas margens, uma vez que as águas do rio faziam a rega da mata ciliar que com suas raízes (sistema radicular), fixavam a areia e todo o material sólido nas margens afim de não obstruir o leito do mesmo. Ao longo de anos de invernos rigorosos com inúmeras inundações do canal ou simples cheias, todo o material sólido como areia, argila, pedriscos, fragmentos de rochas vem sendo depositados no canal natural e com o fim do período chuvoso não tem como serem escoados ocasionando a obstrução do mesmo.
Fica a dica: antes de qualquer intervenção em qualquer curso d'água mesmo, por menor que ela seja tem que se conhecer como funciona a dinâmica do mesmo, caso contrário as consequências podem ser irreversíveis.
Não cito nome de quem ou que foi responsável, isso não importa, não mesmo! O que interessa é o modo como as coisas sobre o mesmo serão conduzidas e que rumo daremos ou queremos para nosso manancial, afinal, só temos ele.
O Ambientalista
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