A Câmara Municipal de Trizidela do Vale-Ma. voltou a se reunir nesta quarta-feira, 16, em uma sessão ordinária bastante traquila e amistosa que teve início às 9h30, com uma oração inicial feita pela vereadora e irmão Luciane Aguiar, secretária da Mesa Diretora.
A leitura da ata da sessão anterior foi feita pela assistente de plenário, senhora Florisa Lima, que ao término, antes de ser colocada para aprovação pelo presidente Chicutinha Veras, foi solicitado uma ressalva pelo vereador Lindinaldo que alegou que uma de suas falas, na sessão passada, não tinha sido citada em ata. Imediatamente, o vereador reprisou a citação que passou a ser constatada em ata.
O presidente da Câmara Chicutinha Veras autorizou a leitura do Requerimento de nº 47, de autoria do nobre vereador Josí Sival, sobre um projeto intitulado “Garivale”, que tem como finalidade dar uma atenção de cidadania humanitária a esses profissionais que desenvolvem um trabalho de risco e de grande insalubridade.
Por razões do projeto está ligado à questão da infraestrutura, no tocante à limpeza pública e, diz respeito à Secretaria de Saúde, quem compareceu à Câmara e fez uma belíssima apresentação sobre o projeto, foi o secretário de saúde Jamil Leitão, acompanhado do servidor público federal – FUNASA – e presidente do Conselho de Saúde de Trizidela do Vale, Edilson Silva – Bidoca, que através de um Datashow, apresentou e explicou passo a passo o projeto a todos os vereadores e demais pessoas presentes.
PALAVRAS DE JAMIL LEITÃO:
“Senhor Presidente, senhoras e senhores vereadores e demais pessoas da sociedade, bom dia! É uma honra poder estar nesta Casa mais uma vez para tratarmos de assuntos de interesse da população. Hoje viemos falar do projeto “Garivale”. Mas bem antes quero lhes dizer que temos feito o máximo para que a população tenha uma saúde de qualidade, desde o atendimento do porteiro, atendente, enfermeira (o) e médico e demais profissionais da saúde. Sei que ainda temos muitos problemas que levam para uma imagem negativa, mas não é assim que orientamos. Fico muito triste quando recebo uma denúncia de maus tratos em uma recepção de um posto de saúde ou da unidade hospitalar. Não é essa a nossa orientação. Toda semana nós fazemos reuniões. Eu não sei mais o que fazer com algumas pessoas. Já trocamos de lugar, mas parece que têm pessoas que não tem jeito mesmo. Uma boa acolhida, às vezes, é melhor que o remédio. O gari é o elemento fundamental desse processo político que se chama saúde pública. Queremos com esse projeto valorizar as pessoas que limpam a nossa cidade, que recolhem o lixo que produzimos todos os dias. Quando essas pessoas passam em nossa rua ou calçada, ninguém lhes dá atenção. Ninguém oferece um copo com suco ou água. Estamos longe de sabermos valorizar esse profissional. O projeto não veio pronto. É democrático, e ao final da apresentação deixa em aberto para qualquer vereador ou qualquer pessoa da sociedade dá a sua ideia no sentido de ampliá-lo ou melhorá-lo. Por exemplo, o gari poderia deixar o seu uniforme na sede da empresa para ser lavado em uma máquina de lavar profissional, e não levá-lo para casa, pois evitaria levar contaminação para a sua residência, pois esse uniforme sujo tem todo tipo de bactéria e levaria doença para os filhos e a esposa. Deixaria o uniforme sujo e receberia outro limpo. O gari por falta de uma orientação retorna no outro dia de trabalho com a roupa suja. Então, pensou-se em uma máquina de lavar. São em torno de 51 homens que nós vamos capacitá-los em várias áreas, até mesmo na educação, quem não sabe ler, vai ter oportunidade de aprender a ler e a ter uma ideia de outro mundo em sua vida. A capacitação vai se dar de diversas formas, sendo uma delas a palestra e aulas teóricas e práticas.”
Depois da explicação do secretário Jamil Leitão, o presidente Chicutinha abriu espaço para as falas e a opinião dos vereadores sobre o projeto.
O QUE PENSAM ALGUNS VEREADORES:
ROBERLAND: Propôs ao vereador José Sival e aos demais vereadores que o projeto não fosse aprovado nessa sessão, que se pudesse analisar mais e discutir com mais profundidade acerca do mesmo. Mesmo que o projeto seja de suma importância para essa classe sofrida e desvalorizada, mas ainda era cedo ser aprovado assim logo de cara. Levantou a problemática do lixão de Trizidela está localizado em um local inadequado, em local de alto acesso que quando chove toda a água contaminada que vem do lixão passa pela cidade e vai cai dentro do rio Mearim. Mesmo sem ter nada a ver com o projeto, o vereador falou da falta de saneamento na cidade e demais problemas que envolvem a saúde pública local. Conclui dizendo que o projeto é bonito, porém, complexo.
LUCIANE AGUIAR: Foi outra que elogiou o projeto, mas não deixou de tecer as suas criticas. Disse que é a favor do projeto porque humaniza o cidadão e profissional que é o gari. Disse que se todas as políticas públicas para serem executadas tiver que passar pela Câmara, fazer projeto e Lei, não precisaria isso. Disse que tudo já existe para ser cumprido para o gari e todo e qualquer cidadão de Trizidela do Vale. Se o governo valorizar o ser humano tudo de bom poderia ser feito em prol dele. Segundo a vereadora o projeto tem que ser melhorado.
PAULO CHICOTE: Elogiou o projeto, o colega vereador José Sival e o secretário Jamil Leitão. Lamentou que os colegas vereadores passem a maioria do tempo discutindo assuntos sem nenhuma importância e, na hora que se tem oportunidade para se falar de algo sério e bom para o município, alguns vereadores dessa casa levam o assunto para outro caminho, sem nexo e sem sentido algum. O projeto do vereador Sival é muito salutar. O problema do lixo em Trizidela do Vale são muitos, mas aqui nós estamos falando de algo de benéfico para o gari, a sua pessoa como cidadão. Vamos saber usar o tempo que temos a favor do povo. Saibamos usar o nosso espaço aqui na Câmara com sabedoria.
SIVAL: “Senhores vereadores, vamos parar de discutir coisas irrelevantes. O projeto é para beneficiar o gari, e não para resolver todos os problemas de Trizidela do Vale.”, disse o vereador.
NANÔ DO POVO: Temos que fazer um trabalho de conscientização no sentido de respeitar o trabalho do gari. Esses senhores passam em uma rua às 9h, fazem a limpeza, e, às 10h já está tudo sujo, as pessoas vão lá e colocam seus lixos onde querem e pensam que podem. Outro problema sério: estão jogando lixo em toda parte baldia da cidade, isso é um problema sério que tem que ser fiscalizado e resolvido.
MANOEL BELMIRO: Elogiou o projeto do colega vereador Sival. Falou que já estava na hora do município olhar com bons olhos a pessoa do gari, esse profissional que com muita dificuldade, salário baixo, falta de incentivo e valorização vem desenvolvendo um trabalho de herói. Parabenizou Jamil Leitão e disse que o secretário é um cidadão competente e sério. Que seu trabalho na saúde de Trizidela do Vale não deixa nenhuma dúvida de sua honestidade ou de alguma suposta conivência com algo que alguém venha a suspeitar da administração. Jamil Leitão é uma Entidade isolada e mercê nosso respeito e crédito. Um secretário profissional que sempre esteve pronto a ajudar seja quem for. Esse tem a minha admiração.
LINDINALDO VERSOS CHICUTINHA:
Ao final da sessão, quando todos pensavam que seria uma reunião de paz e amor, eis que o “caldo” engrossa: O vereador Lindinaldo pegou o microfone e fez um pedido verbal ao presidente Chcicutinha. Solicitou a aquisição de uma mesa de som com gravação de áudio; a comprovação dos repasses dos descontos à Previdência Nacional; a folha de pagamento da Câmara e ainda fez insinuações que o presidente reformasse o forro da casa que estava para cair sobre a sua cabeça, pois no caixa da Câmara todo mês fica de sobra R$. 22.000,00 (vinte e dois mil reais).
Chicutinha Veras respondeu que vai atender à solicitação do vereador sobre a compra da mesa de som; sobre o repasse dos descontos disse que todo mês é feito e pediu à secretária as provas; e, sobre essa sobra de R$. 22.000,00, disse que o vereador Lindinaldo vem querendo desestabilizar o seu trabalho na Câmara, que o vereador deveria está investigando era o prefeito que ele dá sustentação política, que ele deveria dar explicação de R$. 22.000,00 que a prefeitura depositou na conta dela. Chicutinha disse que tem como provar o que estava dizendo.
É aguardar como será a próxima sessão...
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