Cigarro não combina com a saúde do planeta. Nem com a sua



Nesta quinta-feira, 31 de maio, é o Dia Mundial sem Tabaco. A data, criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1987, tem como objetivo divulgar para a população os perigos do uso do tabaco. As ações desenvolvidas este ano pela OMS têm como tema “A interferência da indústria do tabaco”.

No Brasil, que adaptou a abordagem da OMS para o contexto nacional, oslogan escolhido para marcar o Dia Mundial sem Tabaco é “Fumar: faz mal pra você, faz mal pro planeta”. Os diversos materiais da campanha enfocam os danos causados ao meio ambiente e à saúde da população ao longo da cadeia de produção do tabaco.

Entre esses danos, encontram-se a agressão causada pelos agrotóxicos aos ecossistemas e fumicultores, o desmatamento, o trabalho adolescente e infantil nas plantações de fumo, a dependência química à nicotina, o fumo passivo e, por consequência, os prejuízos à saúde da população, como o aumento do risco de acidente vascular cerebral, doenças cardiovasculares e respiratórias, diferentes tipos de câncer, impotência sexual no homem, infertilidade na mulher, osteoporose e catarata, entre mais de 50 doenças diretamente relacionadas ao tabagismo.

Programação

Uma caminhada no Parque da Cidade, em Brasília, abre a programação oficial do Dia Mundial sem Tabaco. Mais tarde, das 10h às 13h, na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) na capital do país, serão lançadas as campanhas da OMS e do Ministério da Saúde, e o diretor da Anvisa José Agenor Álvares da Silva receberá um prêmio por suas ações contra o tabagismo no Brasil.

As atividades que integram a programação do Dia Mundial sem Tabaco também ocorrem nas demais capitais e em vários municípios brasileiros. Acesse a programação completa em todo o Brasil.

Assista o vídeo da campanha da OMS contra a interferência da indústria do tabaco.

Dados

Segundo dados da OMS, o tabaco mata, anualmente, cerca de 6 milhões de pessoas. Calcula-se que, a partir de 2030, o consumo do tabaco matará mais de 8 milhões de pessoas por ano. Quase metade das crianças respira, regularmente, ar poluído pela fumaça de cigarros. Mais de 40% das crianças têm pelo menos um dos pais que é fumante.

Estima-se, ainda, que a exposição ao fumo seja responsável pela morte de 600 mil fumantes passivos por ano, em todo o mundo. No Brasil, pelo menos 2.655 não-fumantes morrem a cada ano por doenças atribuíveis ao tabagismo passivo. Isto equivale a dizer que, a cada dia, sete brasileiros que não fumam morrem por doenças provocadas pela exposição à fumaça do tabaco.

Segundo a OMS, a poluição tabagística ambiental, resultado da fumaça exalada pelo fumante, é a maior causa de poluição de ambientes fechados e a terceira maior causa de morte evitável no mundo. O ar poluído contém, em média, três vezes mais nicotina e monóxido de carbono, e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante depois de passar pelo filtro do cigarro. 

Os agricultores são vítimas de doenças causadas pelos pesticidas e pelo manuseio da folha de tabaco (a chamada “doença do tabaco verde”, com sintomas que incluem náuseas, vômitos, fraqueza, dores de cabeça, tonturas, dores abdominais, dificuldade para respirar e alteração na pressão sanguínea). Entre as crianças e adolescentes de 5 a 15 anos envolvidas em atividades agrícolas na região Sul do Brasil, 14% trabalham no cultivo do tabaco, ficando expostas a grandes quantidades de agrotóxicos.

Danos à natureza

Nos países em desenvolvimento, o desmatamento devido ao plantio e à secagem das folhas do tabaco corresponde a 5% do total. Florestas inteiras são devastadas e utilizadas como combustível para alimentar os fornos à lenha e as estufas que secam as folhas de fumo antes de serem industrializadas. Para cada 300 cigarros produzidos, uma árvore é sacrificada. Quem fuma um maço de cigarros por dia “consome” duas árvores em um mês.

Ainda que as zonas desmatadas sejam reflorestadas, as condições naturais quanto à flora e à fauna da mata virgem não são refeitas. O desmatamento está associado, ainda, a surtos de doenças infecciosas, bem como à erosão e à destruição do solo.

Pelo menos 25% dos incêndios rurais e urbanos são causados por pontas de cigarros. Os filtros, por sua vez, estão carregados de materiais tóxicos que podem demorar mais de cinco anos para se decompor. Há contaminação do solo e bloqueio dos sistemas das águas e esgoto. As pontas de cigarros são levadas pela chuva para rios, lagos e oceanos, matando peixes, tartarugas e aves marinhas que as ingerem.

Avanço

Um recente e importante avanço na política nacional de controle do tabagismo foi obtido com a aprovação da Lei nº 12.546/2011, que proibiu o fumo em recintos coletivos fechados em todo o país. Com a aprovação dessa medida, o Brasil enfatiza o cumprimento do artigo 8º da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), da qual é signatário, que determina que os países que assinaram o documento adotem medidas para proteger a população dos riscos do tabagismo passivo em ambientes públicos, locais de trabalho e meios de transporte.

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