Educação: direito de todos, dever dos Governantes

Kariádne Maia

Há alguns anos ouvi pela primeira vez a expressão Plano de Desenvolvimento da Educação – o popular PDE - que trouxe consigo as 28 metas do Governo Federal para a educação do país, sendo que a principal é a garantia de uma educação básica de qualidade, além do investimento, também, na educação profissional e na educação superior. Considero-me uma militante da educação e, devido a este apreço, mesmo depois de deixar o trabalho em uma Secretaria de Educação e Regional de Educação, continuo a fazer parte de alguns segmentos no Maranhão, dentre eles, a OMEP – Organização Mundial para a Pré-Escola – da qual sou vice-presidente no estado do Maranhão. Também realizo trabalhos voltados para um projeto do MEC intitulado Mobilização Social pela Educação, cujo principal objetivo é o diálogo com as famílias a respeito da importância da educação e do acompanhamento, por parte dos pais, na vida escolar dos filhos. Desta forma, tenho acompanhado o desenvolvimento das ações do PDE no país, sobretudo em nossa região, se estas estão sendo executadas e qual o real efeito provocado por elas. E, nesta análise, percebo que o Brasil ainda caminha a passos lentos no quesito educação. As verdadeiras reformas educacionais ainda não aconteceram no país, mas o povo brasileiro sabe que isto não vai demorar a acontecer, se realmente quisermos.

Todos têm visto através da multimídia o sucesso dos países que mudaram sua história investindo efetivamente em educação. Coréia do Sul, Cingapura, Japão, servem de inspiração para os brasileiros, sobretudo porque temos o poder para escolher quem vai legislar e quem vai sancionar as leis que redirecionarão a educação do nosso país. 

Sem educação não há desenvolvimento – frase já internalizada por nós, visto que a ouvimos diariamente. Porém, as escolas brasileiras têm-se mostrado incapazes de cumprir sua função mais elementar: a de capacitar alunos com a ferramenta da leitura e interpretação de texto. Então, para que isto aconteça, é preciso investir exaustivamente em ações que beneficiem o aluno e que valorizem o professor. A luta pelo reajuste do piso salarial nacional e o investimento de 10% do PIB na educação são assuntos de ordem hoje no Brasil.

Os municípios têm uma responsabilidade imensa em se tratando do sucesso destas ações, pois é onde toda a prática e mudança iniciam. O momento atual não admite passividade, ao contrário, exige tomada de decisão a fim de que ocorram as grandes mudanças e, para isto, a análise do cidadão no momento de sua escolha de voto vai fazer a grande diferença. Observar os candidatos e avaliar quais apresentam melhores perspectivas e propostas consolidadas, sobretudo em educação e saúde, já seria um bom começo.

Não há dúvidas de que atualmente o povo é mais consciente de suas escolhas. A prática da politicagem, da compra e venda de votos já causam repulsa na sociedade. O que temos visto e ouvido sobre enriquecimento ilícito, desvios de dinheiro público, associados à miséria de muitos e, como desfecho, a impunidade, nos faz refletir sobre o que queremos para nós e para nossos filhos e netos. A educação transforma um povo e isto constitui ameaça para os políticos mal intencionados, porque povo educado não tolera corrupção. “Um povo educado não pode ser dominado!”