25 DE JULHO DIA INTERNACIONAL DA MULHER NEGRA
Quando o Promotor de Justiça Dr. Antônio Carlos Pereira Lobato escrevera a letra do hino municipal de Pedreiras, e na mesma disse a seguinte frase: “Pedreiras, um filho teu não foge à luta”, aquele gênio sabia com precisão o que estava falando. E, olha, que essa frase fora escrita na década de 60, quando ele ainda vivia entre nós, construindo legados que nos deixariam para a eternidade. Por isso, que ele será sempre imortal para os pedreirenses.
Mas por que eu usei essa frase no início desse texto? Respondo-lhe: para mostrar que a cidade de Pedreiras, por ter esses bravos filhos que não fogem da luta, estão sempre no centro das discussões políticas, sociais e culturais do Estado, debatendo questões importantíssimas desde Brasília até chegar nesses rincões mearinenses. Por isso que Pedreiras tem se firmado como uma das cidades mais politizadas do Estado do Maranhão.
Mas nada veio de graça. Tudo foi forjado na luta, por muitos e muitos anos, até chegarmos onde estamos, com muita consciência do nosso dever e dos nossos direitos dentro da sociedade a qual fazemos parte.
Dia 25 de julho celebramos o Dia Internacional da Mulher Negra, a cidade de Pedreiras não fugiu à luta. Com a iniciativa do Centro de Consciência Negra de Pedreiras e Região do Médio Mearim , fundado em 17 de fevereiro de 2006, com o apoio da Prefeitura Municipal de Pedreiras, Secretaria Municipal da Mulher e demais entidades de classe, realizou nessa manhã de sábado (25), uma conferência alusiva ao Dia Internacional da Mulher Negra e contou com a participação de alguns representantes de segmentos sociais e culturais de Pedreiras, região e demais cidades de outras regionais.
O encontro aconteceu no CRESMAM, e contou com a presença de IRACEMA AMORIM, da Secretaria de Estado de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, que proferiu um diálogo com as pessoas presentes sobre diversos temas sociais voltados para a questão da mulher negra na sociedade maranhense. O evento aconteceu hoje, teve início às 8h e se estendeu até às 13h30, encerrando com um almoço e um momento de confraternização e interação entre as mulheres negras e demais participantes da sociedade.
Foi um encontro bem democrático e aberto a todos. Os participantes tiveram a oportunidade de fazer as suas ideias fluírem em um debate claro e sempre de forma respeitosa, conduzido pela ativista e membro do Centro de Consciência Negra, Francinete Braga que foi uma das coordenadoras e quem muito lutou para que pudesse acontecer esse momento hoje em Pedreiras.
Na reunião de trabalhos foi discutido a não presenças das cidades de Lima Campos e Trizidela do Vale, dois municípios que já existem em funcionamento a Secretaria de Promoção de Políticas de Igualdade Racial e poderiam muito ter contribuído para o debate já que a problematização da questão da mulher negra na cidade é assunto nacional, e não só municipal.
Muito foi falado sobre políticas públicas que envolvem a mulher negra no Maranhão e no Brasil. Falou-se de educação, saúde, quilombos, cotas, espaço na vida política, preconceitos, estatuto da igualdade racial, habitação, infraestrutura, a mulher negra nos países latinos americanos, IDH, enfim...
Uma questão que foi levantada e já vem se arrastando há muito tempo, segundo a coordenadora do evento, Francinete Braga, é a criação da Secretaria de Igualdade Racial de Pedreiras, que tem sido uma luta incansável do Movimento Negro e até agora não tem tido sucesso. Ficando para se colocar em pauta para discussão, depois elaborar um documento com as assinaturas dos presentes, no sentido de sensibilizar os poderes Legislativo e Executivo para a criação urgente dessa secretaria.
Joaquim Filho
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