QUEBRANDO FROTEIRAS, ENCONTRANDO PROBLEMAS: DIFICULDADES E RISCOS DO ENSINO SUPERIOR

Todos nós sabemos que nossa cidade tem suas limitações em diversas áreas como: saúde, infraestrutura e segurança; porém, acredito que onde nossa cidade mais perde é justamente em uma das áreas mais importantes que é a educação.

Os alunos pedreirenses tem junto aos seus pais uma difícil escolha ao concluir o ensino médio: ficar em Pedreiras ou se aventurar nas grandes cidades como Teresina, Caxias e São Luis. Quem busca cursos como Direito, Engenharia, Medicina será obrigado a migrar, sair do conforto do seu lar, do lado da sua família e ir morar em um lugar muitas vezes desconhecido e ter a “terrível” experiência de morar sozinho sem muitas vezes saber fazer um ovo frito.

Mas o que de mais interessante acontece no "Interior" destes alunos, vem logo após sua mudança de morada. A primeira coisa que muda quando se vai para a cidade grande é sua noção de tempo e espaço, exemplo disso, estando em Pedreiras e tendo um compromisso às 10:00 você pode simplesmente sair de casa as 9:45 ou dependendo do transporte até 9:50, em uma cidade como Teresina um compromisso às 10:00 horas você teria que sair de casa em média 9:00, você passa muito tempo em transição de um lugar para o outro, para as pessoas que não seguem horário a risca isso é um tormento.

A segunda mudança deve ser no seu jeito de aprender. Seja em cursinho ou curso superior, alunos de Pedreiras e região irão encontrar uma certa dificuldade em acompanhar os alunos da capital, principalmente para alunos que são oriundos da rede pública - que com todo respeito precisa de mais investimento. Prova disso, é que a maioria dos alunos pedreirenses que buscaram sair da região para buscar curso superior em outros estados vieram das escolas particulares. Seguir uma rotina de 4 a 6 horas de estudo diariamente, irá acelerar bastante seu processo de adaptação.

Parece bobagem, mas a expressão “gente do interior” se aplica. Em uma cidade pacata, você anda com celular na mão, fone de ouvido, anda conversando com seus amigos despreocupado e anda muitas vezes sozinho à noite pela rua, mas é um comportamento que deve ser mudado. Os índices de criminalidade estão nas alturas. Só em setembro 03 estudantes pedreirenses que moram em Teresina já foram assaltados. Hoje, seguindo uma rotina que eu tenho a mais de um ano e meio, saindo da minha casa por volta de 13 horas, e indo em direção a parada de ônibus, fui abordado por 2 elementos em uma moto Honda de cor amarela, um deles com uma arma em punho apontou-a para minha direção e pediu meu celular, sem esboçar nenhuma reação contrária tirei meu aparelho celular do bolso e entrei a ele, continuando sobre a mira da arma pediram também a minha mochila, mas desistiram e logo após pediram minha carteira que também a entreguei. Tomei a atitude de registrar um BO (Boletim de Ocorrência) no 8ª Distrito policial, responsável pela região em que moro, chegando lá tinha mais 5 pessoas na fila de espera, todas, sem exceção de ninguém alegaram ter sido assaltadas da mesma forma e pelos mesmo bandidos que me assaltaram.

Espero com este texto ajudar estudante que buscam crescer na vida, de se prevenir com os perigos que essa transição de cidades nos trás, agradeço a atenção de todos.

Hiago Marinho, 18 anos, Pedreirense - Estudante do 4º período de Engenharia Civil da Facauldade Santo Agostinho Teresina-PI