GRITO DOS EXCLUÍDOS: INDEPENDÊNCIA OU MORTE ?

O Grito dos Excluídos, movimento que está em seu 20º ano, e que acontece no feriado do dia da Independência, em todo o Brasil, não deixou de ser realizado este ano na cidade de Pedreiras. O tema desta edição chama a atenção: “Ocupar ruas e praças por liberdade e direitos”, e assim, algumas pessoas atenderam o chamamento e saíram às ruas. 

Em Pedreiras, o evento foi organizado por movimentos sociais, associações e membros de entidades de classe e da Igreja católica. No feriado de 7 de Setembro, ocorreram várias movimentações localizadas principalmente na praça Corrêa de Araújo e na Avenida Rio Branco.

Moradores do povoado São Raimundo, empunhando cartazes, soltando gritos e emitindo palavras de ordem, chamaram a atenção da população e das autoridades antes e durante a realização dos desfiles da Independência. Os moradores dizem que estão sendo ameaçados de serem expulsos da comunidade onde moram há décadas. 

Os supostos donos da terra, que são da cidade de Barra do Corda, reivindicam a posse do terreno. Dizem eles, que o local é uma herança deixada por seu pai, antigo investidor dono das usinas abandonadas, lá existentes.

No povoado há aproximadamente 180 famílias com quase 600 moradores.

Desfile de 07 de Setembro e os protesto do Grito dos Excluídos

Como visto em postagens anteriores, o desfile do Dia 07 de Setembro em comemoração a Independência do Brasil, foi um grande sucesso. Em dois dias de evento, escolas, associações, grupos de igrejas e outras entidades, puderam demostrar, não apenas seu civismo ou amor pela Pátria, mas também, toda criatividade, elegância e alegria que o dia sugere. A expressão das artes: música, dança, teatro, coreografia se misturaram ao calor vindo da público e a empolgação de ver uma beleza singular acontecer como mágica ali na frente de todos.

Democraticamente, o movimento de protesto que ladeava o evento principal, não menos importante, teve sua finalidade atingida: chamar atenção para o grave problema que aflige os moradores do Povoado São Raimundo, e que vivem a angústia de dias incertos, onde seus lares, seus trabalhos e vidas encontra-se ameaçados.

No meio da multidão rouca, cansada de gritar; velhos e novos manifestantes bradavam um grito surdo. Grito ressoado e abafado por uma política inconsequente, que nasce como uma briosa angiosperma, fica florida e frondosa e cheia de frutos; mas que na verdade se desenvolve como uma fria briófita. Verdadeiros musgos, que apenas sabem infestar parasiticamente por onde se espalham.

Abaixo, a frente do movimento de protesto, o professor, comerciário e sindicalista, em entrevista ao blog, explica as razões do protesto realizado naquela data.

Zé Barreto, líder do movimento de protesto