Uma pérola da história pedreirense


Ana Néres Pessoa Lima Góis

Todo ser humano pode produzir uma pérola, com o conhecimento que é capaz de acumular dentro de si, porém nem todos conseguem, pois às vezes não estão no lugar certo, pelo tempo certo e fazendo a coisa ce
rta. É com essa citação inicial que quero me reportar ao escritor Darlan Pereira Fernandes e seu livro Pedreiras, fundamentos de sua história.

Não precisa conhecer Darlan de longa data para ser capaz de falar sobre ele, eu mesma, o conheci há apenas um ano e meio, mas, me arisco a dizer que ele respira o ar impregnado com sua grande paixão de há quase dez anos, seu livro, o primeiro. Por isso que desde que o conheci comecei também a respirar os ares da construção dos tijolos palavras históricas da construção de pedreiras, também entendendo sobre minha terra que é vizinha. E li o projeto de sua construção antes mesmo de vir à luz.

Dizem que na vida todos deveriam plantar uma árvore e escrever um livro. Mas, porque não escrever uma árvore e plantar livro? Todos deveriam ter o zelo de escrever na sua árvore genealógica não somente os nomes dos de sua geração, mas começar a tradição de escrever também sua história de vida, seus ideais e a concretização deles, deixar em claras e legíveis letras o exemplo de que a persistência é capaz. E um livro não é escrito, é sim semeado, regado, cuidado, para só assim chegar a ser árvore e repartida sua sombra e frutos com os que estavam a espera dela.

Darlan Fernandes, o geógrafo por formação, historiador por vocação, e pedreirense por adoção e paixão, reúne todos os atributos de quem é capaz de catalogar a história de seu povo, sendo esta também parte da sua própria. E traz à população de uma região inteira, pois Pedreiras sempre foi uma espécie de coração que pulsa a vida em várias de suas formas a todas as cidades circunvizinhas, os fundamentos de sua história, com a publicação mais completa que se tem para os que recorrem à história por simples curiosidade e para os que buscam fundamentação em seus estudos escolares e acadêmicos.

Tendo por base escritos valorosos de historiadores como Dushee de Abranches, Galeno Edgar Brandes, entre outros que viram, sentiram e tocaram a história da região de perto, ou se deliciaram durante anos em pesquisas sobre suas terras assim como Darlan, agora tendo o nome cientifico de – FERNANDES, Darlan Pereira – que povoará, como já povoa mesmo antecipadamente, páginas de artigos dos que estão em busca de formação, ou mesmo criaram o gosto de interagir com a Ciência. Um raio-X sobre o passado e uma amostra do presente, sendo o livro atualizado até o ano de 2010. Uma enciclopédia geográfica, econômica, social e histórica da cidade de Pedreiras, uma catalogação de sua cultura incluindo fotos históricas e recentes.

Darlan põe na estante, ou porque não dizer à mesa da História pedreirense um banquete a ser degustado por curiosos e estudiosos, e juntamente a escritores como: Corrêa de Araújo nos livros “Pedreiras”(1921) e “Acrópole”(1960); João Barrêto que publicou “O Lixo” (1974) poema satírico que relata uma década da história política de pedreiras; Aderson Lago com “Pedreiras: Elementos Para Sua História” (1976); Ribamar Lopes com “Quinze Casos Contados”(1985); Jacinto Brito (Dom Jacinto) narra a história da Paróquia São Benedito, auxiliado pelos ex-acólitos Jamil Ribeiro Leitão e Joaquim Ferreira Filho em “A fonte das Pedreiras” (1990); Cesário Leite no livro “O Caixeiro Viajante”(1990), que também conta muita coisa sobre Pedreiras; 

Continuando com a saga pedreirense através de publicações, já neste século temos Kleber Lago, tendo publicado uma coleção de livros em versos sobre registros da história da cidade, seus espaços e símbolos, figuras e acontecimentos, "Da cidade e do Rio" (2006), "Água e Pedra" (2008), "Da Cidade, da Pedra e do Rio" (2008) e "Menções Cantos e Louvores" (2011), entre outros trabalhos; Filemon Krause, em seus famosos dicionários publicados e “Figuras Folclóricas da terra de João do Vale” (2009) faz relatos sobre figuras folclóricas; Samuel Barrêto com o livro sobre a identidade cultural da rua e da sociedade que João do Vale levou para muito além de suas fronteiras o “Rua da Golada e sua Identidade” (2010), e agora Darlan Pereira deixa registrado mais um documento imprescindível no currículo de todo leitor de toda essa região, completando essa biblioteca histórica, político e cultural com “Pedreiras, fundamentos de sua história” a pesquisa mais completa e atual sobre a Princesa do Mearim. 

Bons e saboreados goles de leitura é o que desejo a todos
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Pedras Verdes, Pedreiras, MA, Brasil.