RIO GRANDO DO NORTE: UMA TERRA DE PESSOAS GRANGES




Por: Joaquim Filho 

Se você me perguntar quanto vale a amizade, ficará muito difícil responder a tal pergunta, porque nunca comprei uma. Mas se me perguntar o tamanho que uma amizade verdadeira tem, em suas dimensões, direi que sua extensão poderá ser de 3.109 km. 

Foi justamente essa distância (ida e volta), na companhia de dois fiéis companheiros: Zeca da Sucam e o moto taxista Silvam, que percorremos até o Estado do Rio Grande do Norte, no sentido de poder reencontrar um grande amigo, Sargento GRANGES e, assim, matar a saudade que já vinha há dias nos incomodando. 

Determinado dia, eu me lembrando desse amigo, pensei comigo mesmo a ideia “maluca” de fazer uma viagem, de moto, até Natal, para visitá-lo. E, na mesma semana que me passou essa ideia, eu tive a oportunidade de conversar com um determinado amigo pelo facebook e, revelei para esse amigo que estava com esse pensamento. O amigo que eu falo é o Zeca (Professor, da Emília, da Rádio, de Mirulita, da Sucam, Pepermite, Fofurinha, Menudo, Dominó etc.) que achou simplesmente fantástica a ideia, e me disse que iria junto, que a partir daquele momento já iria se programar. 

E assim fizemos! Sonhamos, programamos e partimos para a realização de mais um projeto de nossas vidas: o de nos aventurarmos em cima de duas motos, de Pedreiras ao Rio Grande do Norte. 

Saímos de Pedreiras no dia 26 de julho do corrente, uma quinta-feira, por volta das 11 horas. Eu, em minha moto Bros ES NXR 150 e o Zeca numa outra moto, mas acompanhado de um moto taxista conhecido por Silvam, que segundo Zeca, poderia ser que ele não aguentasse o esforço da viagem. “Navegar não é preciso.” Revezar é preciso. 

Além das diversas paradas que fizemos, para abastecer as motos, nos alimentar, ir ao banheiro e tomar água, a nossa primeira parada para o descanso noturno fora na cidade de Tianguá, no Ceará. 

No outro dia, bem cedo, por volta das 5 horas da manhã, fazia um frio intenso e nós já estávamos na estrada, descendo a Serra do Araripe, conhecida como Serra Grande. E o que nos chamou muito a atenção, é que os lugares que se aproximam da linha do Equador, no caso todas as cidades que estão no sentido litoral do Nordeste, o que para nós aqui 5 horas da manhã ainda é escuro, nessas regiões o Sol já está bem alto. E foi maravilhoso descer a Serra Grande recebendo um presente de Deus, que foi a beleza de presenciar o nascer do Astro Rei – o Sol. 

Dia 27, sexta-feira, mais um dia longo e cansativo de viagem. Pneumático na estrada, pensamento e concentração para que nada de ruim pudesse nos acontecer. Na estrada, o trânsito não é diferente das grandes cidades. Há uma grande disputa de poder, de querer ser o melhor, de ultrapassar sem respeitar quem está à frente; sem se importar da diferença de uma máquina de menor porte ou da fragilidade da vida humana. Na estrada, os motoqueiros que ali trafegam são odiados pelos caminhoneiros que, em suas máquinas de grande potência (as carretas) vêm para cima com o desejo de matar. Viver é uma guerra, para onde você vira tem um inimigo. 

E, por volta das 17h, passávamos numa pequena cidade de nome Cacimba Grande, ainda no Estado do Ceará, entre Fortaleza e Mossoró, quando de repente começamos a receber sinais de alerta, os carros que cruzavam conosco sinalizavam, dando luz alta. Sentimos que algo de muito grave poderia ter acontecido à frente e, foi justamente o que pensamos: um jovem motoqueiro de 18 anos foi atropelado por um veículo que o acertou ao meio, em altíssima velocidade e evadiu-se do local. 

Resolvemos parar e constatar de perto aquele trágico acidente que acabava de vitimar um jovem que tinha uma longa vida pela frente. O acidente tinha sido recente. O jovem teve vários membros fraturados. O mais grave foi, é que por ele ser da mesma cidadezinha onde aconteceu o acidente, o mesmo não estava usando o capacete, e, com a pancada, o corpo foi jogado ao asfalto e o mesmo teve o seu crânio totalmente comprometido, fato que o levou a perder todo o seu sangue e chegando a óbito. 

A tarde estava caindo, o sol já se punha, a noite não tardava chegar e, foi difícil prosseguir viagem depois de termos vistos aquela lamentável cena de horror. 

Mas era preciso prosseguir a viagem. Por volta das 18 horas chegamos a Mossoró. Paramos um pouco, abastecemos as motos e prosseguimos viagem, parando às 8 horas na cidade de Assu/RN, para o descanso noturno na Pousada São José, de uma senhora muito simpática de nome Vanda. 

Dia 28, sábado, mais uma vez nos levantamos às 5 horas da madrugada e pegamos a estrada rumo a Caicó. Nosso destino era Natal, mas durante a viagem, em Mossoró, fomos informados que o amigo que estávamos indo visitar, Sargento GRANGES, estava na sua cidade passando o fim de semana com a sua família. 

E, por volta das 8 horas chegamos finalmente à cidade de Caicó. Com a ajuda do Tenente Gilvan, que mora em João Pessoa, mas que também estava em Caicó; veio ao nosso encontro e nos levou até a casa de Granges, para a grande surpresa. 

Foi o momento mais marcante da viagem. Granges ainda estava dormindo, mas foi acordado pelo tio e, ao sair na porta deparou-se com três loucos motoqueiros que saíram de Pedreiras, Maranhão, somente para lhe reencontrar. 

Bom, depois desse reencontro e desse momento marcante, foi só festa, o homem não parava de ligar para os amigos da cidade avisando que três amigos de Pedreiras estavam em Caicó; e que fazia questão de apresentar os amigos para nós. A mãe, Dona Marina; o pai, “seu” Luís; a esposa, Lucivânia; as filhas, Sayonara, Livia e Isadora eram de uma simpatia só, uma atenção que nos deixaram maravilhados e bem à vontade. 

Em Caicó, nós ficamos dois dias. É impossível descrever em detalhes tudo que aconteceu, tudo que esse grande amigo e sua família fizeram por nós. Uma recepção de dá inveja; uma atenção especial a todo instante, querendo sempre saber como nós estávamos. 

O sábado e o domingo foram de passeios e muita curtição pelas ruas das cidades; os pontos turísticos foram visitados, passando em casa de amigos, famílias, personalidades, autoridades e até mesmo as pessoas mais simples e humildes da cidade. Aqui, eu me reporto ao seu Zezinho, um senhor de idade avançada, um militar do Exército que já está aposentado, mas com uma cabeça fantástica com tanta inteligência e simpatia. 

Quero aqui destacar com muita gratidão e amizade a pessoa do Souto, um amigo do Sargento Granges, que saiu conosco, em seu carro, em vários cantos da cidade. Quem dera se nesse passeio pelas ruas de Caicó, estivessem ao nosso lado os representantes políticos, os nossos administradores públicos aqui da nossa região, para eles verem como é que se administra uma cidade. Caicó, como se diz na gíria: “É um brinco.” Ruas limpas, sinalizadas, não há desrespeito no trânsito, não tem buracos nas ruas e o povo. Uma cidade modelo pela beleza e a educação dos seus munícipes. 

Na segunda-feira, dia 30, fomos com o Sargento Granges e sua família para Natal. Ele, de carro com a família; nós, de moto. Chegamos à Natal às 15 horas, pois uma chuva atrasou um pouco a viagem. 

Em Natal ficamos dois dias, 30 e 31, onde mais uma vez tivemos toda atenção e carinho do Granges. Fomos a diversas praias; fizemos uma visita no centro da cidade e em vários pontos turísticos do lugar. 

Mas era preciso voltar, retornar para casa. A vida, os compromissos e os afazeres do dia-a-dia nos esperavam. E, na madrugada de quarta-feira, do dia 01 de agosto, partimos rumo à Pedreiras desafiando uma fina chuva que caiu naquela madrugada. 

Em Pedreiras, chegamos às 10 horas da noite, na quinta-feira, dia 02. O retorno é outra história que breve contaremos num livro. 

Bom, como eu já falei, é muito difícil relatar num texto tudo de bom que essa viagem nos proporcionou. Há muita coisa para ser contada. Por exemplo, só os dias que estivemos em Caicó, na companhia de Sargento Granges, dá para fazer um livro. Coisas maravilhosas nos aconteceram que as fotos e a caneta, aqui neste texto não são capazes de exprimir. 

Distância percorrida de Pedreiras a Natal, passando por Caicó, ida e volta: 3.109 km. 

Ouça agora com atenção a mensagem que Granges mandou ao povo de Pedreiras e Trizidela do Vale, que faremos chegar a você através do blog Pedras Verdes. 

OBRIGADO POR TUDO, GRANGES! 

PEDREIRAS TE AMA!





VEJA ABAIXO O VÍDEO DO ILUSTRE ZEZINHO DE CAICO,
 EX-COMBATENTE DE GUERRA





8 comentários:

  1. Caraca, véi. Li tua matéria todinha. Show de bola. Só quem gosta de moto entende a emoção de uma vagem dessa. Viajei também 6 dias de moto pelos estados do Piauí, Maranhão e Ceará, mas faltou comunicação, pois sai de Pedreiras no dia 27 de Julho. Show de bola.
    Professor Rubinho.

    ResponderExcluir
  2. Um abração para o Sargento Granges. Que ele siga levando suas mensagens de carinho e amizade por onde passar. Pedreiras sente sua falta. Abração do Professor Rubinho.

    ResponderExcluir
  3. E ai Joaquim, achou um cantinho pra tú lá no Rio Grande,afinal a mamata na Prefeitura tá acabando!

    ResponderExcluir
  4. Valeu, Rubinho! Obrigado pelas suas palavras. Fiquei sabendo da sua aventura identica à minha e, depois acompanhei aqui no blog. Um abraço!

    Joaquim Filho
    (99) 8110.3668

    ResponderExcluir
  5. Muito simpático o Sgt.Granges, e esse velinho rapaiz? Que figura! Inveja de vocês por não ter ido nessa viagem.


    Kleverlande.

    ResponderExcluir
  6. O anônimo das 23:24 escreve bem, parece com alguém que tá fazendo letras. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    ResponderExcluir
  7. Que é isso anônimo tá com inveja o rapaz ai trabalha ele pelo menos ainda vai lá na prefeitura. Conheço gente que tá na folha e nunca veiu a pedreiras.

    ResponderExcluir
  8. É UM PRAZER RECEBER AMIGOS EM MINHA CASA E SENDO DA QUALIDADE DOS QUE VIERAM A AMIZADE É EM DOSE DUPLA, A SIMPATIA, A ALEGRIA E A HUMILDADE DO POVO PEDREIRENSE BEM REPRESENTADO POR ESSES NOBRES IRMÃOS QUE AQUI PASSARAM. GRATA SURPRESA, GRANDE EMOÇÃO..UMA AMIZADE IMEDIDA ONDE DISTÂNCIA NÃO SIGNIFICA AUSÊNCIA. UM MUITO OBRIGADO DA FAMÍLIA GRANGES E UM VOLTEM SEMPRE DE CORAÇÃO.

    ResponderExcluir

Pedras Verdes, Pedreiras, MA, Brasil.