O uso de energéticos com álcool, grande perigo à saúde.

De uns anos para cá virou moda o uso de energéticos entre pessoas jovens. Em festas e em muitas outras atividades recreativas o tubo desta bebida é uma companhia inseparável nestas ocasiões pra muita gente. Em geral são produtos consumidos isoladamente, ou associados à bebida alcoólica. Muitos alegam que usam estas substâncias por vários motivos, entre os quais para melhorar a performance nos estudos, em ocasiões de provas, concursos ou simplesmente para ficarem acordados e permanecer nas baladas. Enfim, não faltam motivos para tomar essas substâncias. 


Só à guisa de informação, energéticas são substâncias à base de carboidratos, ricas em calorias, em geral, utilizadas para repor as energias ocasionadas na prática de atividades físicas, mentais ou outras. São substâncias que repõem as calorias ocorridas nestas atividades. 

Porém, a corrida desenfreada no consumo desses produtos frequentemente não se verifica por esta razão. Os usuários vão atrás dos efeitos excitatórios e não energéticos das substâncias, havendo um equívoco do ponto de vista nutricional, pois poderiam ser também designados de excitantes e não energéticos, o que seria o mais correto.

Atualmente há no mercado brasileiro mais de cem marcas, movimentando mais de 74,3 milhões de latas de 250 ml por ano, com faturamento de mais de 508 milhões de reais pelos fabricantes. Portanto, um mercado altamente promissor e lucrativo. O Brasil é o quinto mercado mundial do produto em valor e, em volume, o crescimento entre 2009 e 2010 foi de 30%. Uma das principais marcas, a Red Bull, produziu em 2010 4,204 bilhões de latas vendidas no mundo, o que equivale a quase 8.000 latas produzidas por minuto.

Ocorre que têm surgido no mundo inteiro muitos trabalhos, demonstrando que o uso excessivo dessas substâncias é nocivo a saúde especialmente quando associado com bebida alcoólica.

Recentemente foi publicado um trabalho da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, relacionando o consumo de energéticos com o aumento dos riscos de beberem além da conta e o fato de funcionar como gatilho para desenvolver alcoolismo. Os resultados da pesquisa serão publicados na revista científica Alcoholism: Clinical & Experimental Research.

Os usuários de energéticos e álcool acreditam que o efeito excitante da cafeína presente em altas concentrações nos energéticos neutralizaria o efeito depressor do álcool etílico, porém se sabe hoje que isto não é verdade. A cafeína simplesmente reduz a sensação de sonolência causada pelo álcool, mas não a "lerdeza" causada pela embriaguez. Em outras palavras, a sensação letárgica ou sedativa profunda do álcool não é afetada pela ação da cafeína, diz este estudo.

Os pesquisadores concluíram que indivíduos que consomem energéticos frequentemente, em torno de 52 vezes ou mais em um ano, se tornam mais propensos a desenvolverem três grandes disfunções: ficarem facilmente mais embriagados; a beberem maiores quantidades de álcool, e a desenvolverem mais facilmente dependência alcoólica (alcoolismo), do que aqueles que não consomem ou utilizam estes produtos com menor frequência.

Por isso, urge que a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA tome medidas urgentes e adequadas para o controle rigoroso do consumo destes produtos,impedindo com isto que a população jovem, consumidores excessivo destes energéticos, adquiram mais problemas de saúde ao se exporem ao consumo dessas gororobas e embustes industriais que não acrescentam nada de bom à saúde.


Ruy Palhano
Psiquiatra
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